O que é felicidade? Quem não quer essa resposta? Para tentar sondar esse enigma, além dos principais centros de estudos do mundo, resolvemos consultar alguns verdadeiros sábios. E, acreditem, segundo eles a felicidade existe e está muito perto de você. Um sorriso em troca de um sorvete, um abraço ou um beijo. As crianças são sábias quando conceituam, com uma simplicidade invejável, o que é a felicidade. No universo delas, a felicidade está em pequenos gestos, em uma partida de futebol com os amigos ou em uma refeição cheia de comidas gostosas. É com esse mesmo sentimento pueril que Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, que estuda a felicidade há mais de duas décadas, conceitua a sensação de bem-estar: “É difícil dizer o que é, mas sei quando eu a vejo. É simplesmente se sentir bem”. Em suas pesquisas e livros sobre o tema, Gilbert mostra o que teimamos em não perceber no dia-a-dia: a felicidade não é uma sensação eterna ou um estado de êxtase, daqueles que se atingem nos momentos de extremo prazer. Estar feliz ou triste é um ir e vir. Apesar de difíceis, os processos de infelicidade também funcionam como um momento para amadurecer, pensar e repensar as atitudes, os projetos. Para o psicólogo americano David Myers, do Hope College, de Michigan, as pessoas perdem tempo demais tentando buscar explicações ou motivos para o que as deixa para baixo. Na contramão da tristeza, não existe uma resposta certa ou única sobre o que fazer ou como chegar à felicidade. Mas existem pistas do que leva até ela. O filósofo grego Aristóteles afirmava, há mais de 2 mil anos, que a felicidade se atinge pelo exercício da virtude e não da posse. Mas ainda tropeçamos aí, não é mesmo? Na simplicidade Na infância, temos esse conceito muito presente. A poetisa mineira Adélia Prado, em seu poema Solar, fala sobre a casa da meninice: um lugar grande, bonito, onde a família se reunia para uma refeição para lá de simples. “Minha mãe cozinhava exatamente arroz, feijão-roxinho, molho de batatinhas. Mas cantava”, diz o poema. Adélia se volta ao passado e retorna à infância para resgatar sentimentos felizes. Os cheiros e os gostos fazem parte desse estar feliz. Só que, no dia-a-dia, nos confundimos diante de um amanhã cheio de possibilidades e incertezas. Segundo o psicólogo israelense Daniel Kahneman, da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, passamos a julgar nossa felicidade não pela situação atual, mas pela perspectiva de melhorar de vida no futuro. A conclusão de Kahneman faz parte de um estudo feito nos últimos anos sobre o modo de viver dos americanos. Há meio século, o sonho de uma família de classe média era ter a casa própria, um carro na garagem e pelo menos um filho na universidade. Os dados mostram que o sonho americano se transformou em realidade. E, apesar de alcançar seus objetivos, esse povo não se considera satisfeito ou feliz. A felicidade não é, afinal, uma posse permanente porque não dá para estar bem o tempo todo. Mas também não precisa ser uma eterna projeção. Vale a pena passar os olhos no que temos tão ao alcance das mãos. Parece simples? E quem disse que não é? Os maiores especialistas no assunto ainda não têm diplomas nem títulos, mas, moldados pela inocência, nos dizem os muitos lugares onde mora a tal felicidade. É só não esquecer…
(DESCONHEÇO À AUTORIA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário